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MPF desmonta esquema de agiotagem em terras indígenas do ES com indenizações do desastre de Mariana

PF faz ação de combate à agiotagem em terra indígena de Aracruz Uma operação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) prendeu cinc...

MPF desmonta esquema de agiotagem em terras indígenas do ES com indenizações do desastre de Mariana
MPF desmonta esquema de agiotagem em terras indígenas do ES com indenizações do desastre de Mariana (Foto: Reprodução)

PF faz ação de combate à agiotagem em terra indígena de Aracruz Uma operação do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF) prendeu cinco pessoas na manhã desta quinta-feira (25) por crime de agiotagem e extorsão em terras indígenas Tupiniquim e Guarani em Aracruz, no Norte do Espírito Santo. De acordo com o MPF, a organização criminosa fazia empréstimos a juros abusivos, a título de antecipação das indenizações pagas pela Fundação Renova para os atingidos pelo desastre ambiental em Mariana (MG). Foram realizados 11 mandados de busca e apreensão em Aracruz, Ibiraçu e nas comunidades indígenas de Caieiras Velha e Irajá. Entre os presos, três são indígenas. Os nomes dos alvos da operação não foram divulgados. O MPF informou que a Fundação Renova não tem relação com o esquema criminoso. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp A investigação começou após o MPF receber a informação de que os indígenas estavam sendo vítimas de exploração financeira por receberem o pagamento do auxílio e indenização da Fundação Renova, decorrentes do rompimento da Barragem de Fundão em 2015. Entre 2019 e 2022, a Fundação Renova repassou mais de R$ 113 milhões para as associações que representam os indígenas. De acordo com a investigação do MPF, o esquema criminoso contou com a participação de ex-dirigentes de associações que facilitaram a atuação de agiotas no território. Os recursos provenientes das indenizações eram desviados para o pagamento de dívidas abusivas contraídas com os suspeitos. Alguns indígenas chegavam a acumular dívidas superiores ao valor da indenização. Como o esquema funcionava 👤 Indígenas cooptados informavam agiotas sobre beneficiários 💰 Agiotas adiantavam indenizações com juros abusivos 🏦 Indenizações eram pagas via associações ligadas ao esquema 💸 Dívidas eram descontadas antes de os indígenas receberem o dinheiro ❗Cobrança de dívidas envolvia ameaças e violência Grupos de agiotagem Cheques apreendidos durante a Operação Pyatã em combate a agiotagem em terras indígenas no ES Divulgação/Ministério Público Federal (MPF) Foram identificados dois grupos de criminosos que atuavam de forma paralela nos territórios indígenas. O primeiro era chefiado por um homem identificado como o principal agiota. Acompanhado dos filhos, ele concedia empréstimos com juros abusivos, que levavam famílias indígenas ao endividamento permanente. Para dar aparência de legalidade às operações ilícitas, o grupo simulava contratos de compra e venda e de prestação de serviços, mascarando a verdadeira prática de agiotagem. O segundo grupo era chefiado por outro homem, que também explorava financeiramente indígenas da região por meio de práticas de agiotagem, impondo juros abusivos. A atuação deles contribuía para ampliar a exploração econômica das comunidades Tupiniquim e Guarani. LEIA TAMBÉM: VIOLÊNCIA: Mulher coloca calmante na comida do marido após agressões e chama a polícia PRESO EM FLAGRANTE: Dentista tenta enforcar a própria mãe por negar cartão de crédito para compra de celular SERRA: Uma pessoa morre e outras 4 ficam feridas em acidente com ônibus A cobrança das dívidas era realizada de forma direta ou por meio de intermediários, que usavam indígenas para desempenhar o papel de cobradores. Esses agentes ameaçavam e eram violentos ao exigir o pagamento das dívidas, o que impunha de medo e coagia os indígenas dentro das próprias comunidades. Bloqueio de contas A pedido do MPF, a Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 9,9 milhões em nome dos agiotas e de uma empresa. Também foram bloqueados cerca de R$ 850 mil em nome de ex-integrantes da Associação Indígena Tupiniquim e Guarani. O MPF e a Polícia Federal pedem que outras vítimas e testemunhas da atuação dos grupos denunciem. Os órgãos reforçam o compromisso com a proteção dos direitos e da integridade dos povos indígenas. A operação foi batizada de Pyatã, palavra de origem tupi-guarani que significa pedra dura, pé firme e coragem. Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

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